De minhas podres mãos a sorte arranca
Pedaços entre facas, canivetes
E tudo o que deveras me prometes
Somente este vazio te desbanca.
Aonde se mostrara uma carranca
Os olhos; coniventes, arremetes
E teimas com escuros e competes
Enquanto a vida atroz devora e espanca.
Não pude mais conter sequer o quanto
Decerto se mostrasse em desencanto
O pranto não sossega, mas prefiro
Metânica explosão em fátuo fogo
Do que poder mostrar em algum rogo
A bala prenuncia a morte e o tiro...
MARCOS LOURES
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