Se a cada novo instante ainda assomo
A imagem tresloucada deste inferno
Aonde se fizesse ainda eterno
O fogo que deveras não mais domo.
Descomunal figura sabe como
O mundo não teria um vento terno
Se em meio aos teus rancores eu hiberno
Vivendo a profusão de um longo inverno
A vida dividida em cada tomo.
Asperges os teus tétricos fulgores
E quando novo tempo; recompores
Verás quão frágil sonho se apresenta
A quem aquém do todo é sempre escasso.
E quando nos intentos eu fracasso
A vida se propõe mais violenta...
MARCOS LOURES
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