“E como quem o anélito esgotava”
Numa ânsia incontestável, terminal,
A sorte se mostrando feita em nau
Distante deste porto, uma alma escrava.
Eviscerados sonhos, mortos dias,
E neles os demônios entre risos,
Fulguram dominando Paraísos
Enquanto às infernais sendas me guias.
Eu vejo retratado no não ser
A face de um poeta, um mero louco,
O quanto desejara, muito pouco,
Agora se mostrando em desprazer.
O corte se aprofunda, fria chaga
Somente a solidão, cruel, me afaga...
DANTE
MARCOS LOURES
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