Na fúria que destroça cada sonho
Na angústia que domina nossos passos
Os medos estampados no meu rosto
Exposto aos mais diversos vendavais
E os dias entranhados pela rude
E torpe sensação do nada ser,
O quanto poderia ao menos ser
O todo que deveras busco e sonho
No tempo mais arguto, um passo rude,
Que possa com certeza em velhos passos
Traçar o quanto inúteis vendavais
Tocando com furor marcando o rosto,
E tanto que busque a cada rosto
Marcadas cicatrizes, possa ser
Além do que tentara em vendavais
Ousar nessa esperança que ora sonho,
E vivo no vagar de velhos passos
Ainda que se mostre mesmo rude,
Meu verso se moldara amargo e rude
E o tempo noutro engodo traz o rosto
E mostra a sensação de ledos passos
Aonde se tentasse manso ser,
Gerando pesadelos, torpe sonho,
E neles os mais terríveis vendavais,
E quando me expusera aos vendavais
No tanto que este mundo fosse rude,
O quanto se perdera quando sonho,
Rasgando com as garras o meu rosto,
E desta cicatriz, o quanto ser
Expressa no vazio duros passos,
E tramas no futuro novos passos
Enquanto na verdade os vendavais
Espalham cada parte do meu ser
E nisto se transforma apenas rude,
O quanto trago firme no meu rosto
Matando em nascedouro cada sonho,
E quantas vezes sonho ouvindo os passos
De quem não vendo o rosto, em vendavais
Eclode e sendo rude; esconde o ser.
MARCOS LOURES
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