Já não me caberia acreditar
Nas tramas que pudera ter além
Das curvas que esta vida me prepara
Sabendo quanto reste no final,
E o fato de sonhar ainda conta,
Embora na verdade seja em vão,
O tanto que se mostre em ledo vão
O tempo se tentando acreditar
Enquanto caminhasse sem ter conta
Do quanto se percebe mesmo além
O mundo na verdade no final
Somente para a queda enfim prepara,
O tanto se deseja e se prepara
E o canto se mostrara em rumo vão
E nisto o quanto vejo no final
Apenas me permita acreditar
Nos tantos quanto a sorte se prepara
Sem ter sequer o quanto conta
E o mundo verdadeiro faz-de-conta
Expressa o que em verdade não prepara
E gera o que se mostre mesmo além
Do tanto que pudesse ser em vão,
Marcando o quanto tente acreditar
Nos ermos mais diversos do final,
E a vida escancarando outro final,
Que na verdade eu sei, já nem se conta,
E o tempo noutro engodo, acreditar,
Ainda quando o bote se prepara,
E a luta desenhada sempre em vão,
Não deixa que se veja nada além,
E o tanto que pudesse mesmo além
Do farto caminhar ledo final,
E sei que meu anseio fora vão,
Somente a solidão agora conta,
E o prazo sem limites não prepara
Nem deixa no futuro acreditar,
O quanto poderia acreditar
Nos dias que se vendo no final,
Ainda mostrariam neste vão
O tempo noutro intendo quando conta
A velha solidão que nos prepara
Marcando o quanto tente acreditar,
E sei que acreditar nos diz além
E o passo já prepara e no final,
O tanto que se conta fora em vão.
MARCOS LOURES
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