Não penso no momento em que se faça
Da luta tão somente algum anseio
E nada mais do quanto a vida escassa
Expressa noutro tom, ledo receio,
E bebo da esperança que disfarça
Ousando na verdade o quanto tenha,
E sei que com certeza nada tenha
Quem tanto desejara e nada faça
O tempo se mostrara e não disfarça
O quanto poderia em raro anseio
E vejo a solidão que enfim receio
Na vida sem sentido, mesmo escassa,
O tanto que pudera em sorte escassa,
A via que nos leve ao que se tenha
Permite qualquer forma de receio,
Ainda que outro tempo atroz se faça
Gerando no final o quanto anseio
E nisto outro momento se disfarça
A luta que somente ora disfarça
Penetra na esperança mesmo escassa
Trazendo o quanto possa e mesmo anseio,
Ainda que deveras busque e tenha
O todo que decerto a vida faça
Deixando para trás qualquer receio,
E o tempo que pudesse e não receio
Marcando com o verso não disfarça
E trama o que se tenta e já se faça
Deixando no passado a sorte escassa,
E o mundo quando nada mesmo tenha
Ainda se traduza em pleno anseio,
O sonho que decerto agora anseio,
O mundo desenhando este receio,
O prazo com certeza não mais tenha
E tanto se mostrara e não disfarça
Sequer o quanto valha a luta escassa
E o preço que se pague, nada faça.
O tanto que se faça não anseio,
A vida tão escassa em tal receio,
Apenas mal disfarça o que inda tenha...
MARCOS LOURES
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