Não tenho e nem teria qualquer sonho
Esse momento dita o nada a mais
E quando na verdade o que ora vejo
Traduza a solidão e nada reste
Somente o que deveras não ateste
O mundo mais atroz, mesmo medonho,
E o vento se mostrara mais medonho
E nele o que pudesse ser meu sonho
Decerto outro caminho agora ateste
E nada do que possa ou mesmo mais
Expresse o que em verdade ainda reste
E dentre as tempestades sempre vejo,
O manto da esperança quando o vejo
Vagando sobre um mundo tão medonho
Pousasse mansamente e quando reste
O todo que deveras dita o sonho
Pudesse no caminho muito mais
Que a própria sensação em paz ateste,
O quanto da esperança agora ateste
O mundo sem temor que possa e vejo
Vivendo sem sentido o quanto a mais
Reinando sobre um tempo tão medonho,
E nisto o que em verdade tanto sonho
Expressa o que deveras inda reste,
O todo quanto possa e mesmo reste,
O passo noutro rumo agora ateste
O muito que inda veja enquanto sonho,
E sei do que pudera e mesmo vejo
O passo aonde um dia foi medonho,
E agora se traduz num canto a mais,
E sei do meu caminho e muito mais,
Marcando o quanto possa e mesmo reste
Vestindo o que tentara ser medonho,
Na velha sensação que enfim ateste
O mundo quando possa e mesmo vejo
No tempo mais audaz, no imenso sonho,
E quando agora sonho e sei a mais,
O tanto que ora vejo e enfim me reste,
Ainda que se ateste o ser medonho.
MARCOS LOURES
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