SEARA
Seara que talvez inda permita
Ao andarilho a fonte em que sedento
Transforma totalmente o sofrimento,
Em hora soberana e já bendita,
Assim quem neste amor tanto acredita
Percebe o quão volúvel é o vento
E quando novamente teimo e tento
Resgato do passado esta pepita
Lapido o sentimento em mansidão,
Mas sei das tempestades que virão
E vejo quando outono for inverno,
Que nada mais terei senão frio,
Porém neste momento enfim desfio,
Sabendo tanto amor não ser eterno...
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