NEBULOSA
Porquanto amordaçado sigo em busca
Do quanto poderia e não viera
A vida se moldando noutra esfera
A sorte se tornando amarga e brusca,
E quando a noite vem atroz e lusca,
O vórtice voraz, a rude fera,
Marcando sem temor a próxima era,
Vencido pela senda que ora ofusca,
Escrúpulos e medos que arremeto,
O por da própria vida num soneto,
Ocasos entre caos e nada além,
Espantalhos vagando noite afora
O sonho sem sentido nos devora
E apenas nebulosa sorte vem.
Loures
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