PARTILHA
À prostituta mais nova
Do bairro mais velho e escuro,
Deixo os meus brincos, lavrados
Em cristal, límpido e puro...
Alda Lara
Poetisa Angolana.
Quem dera repartir os meus anéis,
Esse ouro que carrego nos meus dedos.
A vida que se passa, de víeis,
Talvez já não guardasse tantos medos.
Quem dera repartir uma riqueza
Que sempre desejei e bem não fez,
Quem dera perceber que uma beleza
Provoca, tanta vez, insensatez...
Quem dera repartir as esperanças
A cada novo amigo que recebo,
Criando não somente as alianças
Fazendo deste amor, o que percebo.
Quem dera repartir os meus pecados?
Egoisticamente estão guardados...
MARCOS LOURES
Nenhum comentário:
Postar um comentário