VEM NA FÉ
A moça na janela, esboça um riso
E sabe que é pura tentação
Pro moço amado ver o impreciso
Num gesto sedutor, acena a mão
Apluma ao parapeito num trejeito
Deseja conquistar seu coração
Decote faz moldura pro seu peito
E a boca indica ao moço a direção...
Espera tresloucada o passo lento
Que distancia o céu de seu tormento
E sente o seu desejo mais ardente
Junto de sí, o homem mais caliente
Quem dera, a noite toda em doce enleio
O gosto deste moço, atado ao seio.
ANA MARIA GAZZANEO
Quem brinca com fogueira se dá mal,
Mineiro com mineira; desconfio,
Perdendo da meada, logo o fio,
Levando o meu pescado no bornal.
Motel no interior é matagal,
Vamos devagarzinho e sem um pio,
Prometo um carrossel, um rodopio,
Quem já provou achou sensacional...
Cuidado, quem avisa é gente amiga,
Costuma neste mato ter formiga,
Daquela sem vergonha, a lava-pé,
Meu bem está gostoso esse forró,
O trem se ficar bom, levanta o pó,
Mas pode vir tranqüila, vem na fé...
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