quinta-feira, 3 de maio de 2012

Momentos...

Momentos...


Momentos, momentos e nada mais que a eternidade.
Sem saudade e sem amanhã, trazendo a fonte da juventude nos olhos, meus olhos vagando o tempo todo, vaga mundos, todos os mundos incrustados nos teus olhos...
Quando te vi, percebi que nada mais teria, nem poderia ter a não ser tua boca, doce boca na minha mergulhada, atada para uma vida, para todas as vidas, nossas vidas...
Braços e abraços, enlaces e faces se tocando...
Amar-te, redundância, ânsia e angústia.
Ter-te, onda do mar, marés e manhas.
No suave murmúrio de tua voz, queima o lume das estrelas, minha estelar, refletes o mar em tua íris...
Para sempre a juventude que exalas, entranhada no velho peito; forçando a porta devagar...
Temia não te encontrar; na verdade, eu te esperava. Espreitava-te em cada esquina, na maciez da voz que me traga e me transforma.
Na serenidade da tempestade que desarruma, alaga, invade e acalma.
Na mansidão da loucura que se permite e arremata, mata macia, serena...
Vigorosa vertigem que não permite outro passo, imobiliza, petrifica.
Te quero a esmo, sem sentido, desprevenido, desprovido, inválido, invadido...
Me transportaste ao Nirvana, ao infinito...
E agora, como fico?
Precipício...

marcos loures

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