BRINDO OUTRA VEZ
Brindo outra vez, teimando no martírio,
Bem sei que me fugiste, sem perdão...
Busquei-te nas campinas como a um lírio.
O que causava inveja a Salomão...
Não mais esquecerei, nem em delírio,
As mãos que me afagavam, com paixão...
Não resta em meu altar sequer um círio
Qual fosse o coração, ateu, pagão...
Não mais quero tratar amor tão tétrico,
Nem quero percorrer teu céu sem lua.
Nas minhas serenatas, assimétrico,
O canto repetido te faz nua.
Meu verso vai quebrado, não é métrico.
Por isso tão distante alma flutua.
MARCOS LOURES
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