Na batalha da vida
Que eu não procure aliados na batalha da vida, mas a minha própria força. Rabindranath Tagore
A vida pode ser uma quimera
Trazer dificuldades todo dia.
Sua alma parecer triste e vazia.
A noite sugerir que é insincera.
As pedras revoltosas do caminho,
O medo transtornar o seu juízo
Distante se mostrar o paraíso,
A rosa lhe espetar com seu espinho...
As portas se fecharem sem motivo,
O mundo desabar tão de repente.
A boca que lhe beija, da serpente.
O vento que acalmava está nocivo.
Cadáveres dispostos sobre a mesa,
As duras tempestades e procelas.
As cores se perdendo de aquarelas,
O mundo lhe negando a sobremesa.
Os vermes passeando no seu colo,
As larvas espreitando o seu sorriso,
O sonho em derrocada, morto o siso.
Crateras revirando todo o solo.
A morte parecer a solução,
O gosto da tristeza tão amaro.
A fera lhe sentir, vir pelo faro
A pele decompor-se em podridão!
O cheiro da sulfúrica excrescência
A bicada do abutre, figadal,
As chamas percorrendo todo astral
Em busca dos seus restos, penitência.
O corvo que não larga seu destino,
A marca da pantera em sua face.
A vida lhe negando seu disfarce
Matando, mais cruel, o seu menino...
Os olhos engolidos no banquete
Oferecido aos deuses em delírio.
A vida lhe negar qualquer colírio
E trazer a sua alma num joguete.
Mas saibas que não pode mais contar
Com quem sempre esperara estar contigo
Saiba que se encontrar qualquer perigo,
Encontre suas forças p’ra lutar!
MARCOS LOURES
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