sábado, 4 de agosto de 2012

NOSSO CASO DE AMOR

NOSSO CASO DE AMOR



Teu nome quase sai sem sentir
Como se fosse um lapso
Um átimo, um ultimato.

Eu sei que vou te amar
Em barcas e em bocas
Em núpcias e nos partos.

Nas partidas e nas chegadas
Mesmo às cegas, mesmo vãs.
Não valem as promessas
Nem mesmo os vales
Que serão descontados no fim
Da noite.

Teu nome quase me escapa
E não posso mais.
Não mais.
Sem ter término
Sem tempo.
De terminação.
Determina ação
Determinação
De te saber
Minha ação
Meu ato
E minha esperança
Encalacrada no peito.

Eu sei que irei amar
O amor que me trouxe
A ti nesta noite fria e tão vazia.

Onde nada mais poderia
Senão o gosto que ficou
Da maçã.

Viveremos assim, ao mesmo tempo
O que somos, imaginamos e sangramos.
Nessa total diversidade una e coesa.

Reflexos de nós mesmos
Multiplicados neste espelho
Que trazemos dentro de nós.



Desgraçadamente morreremos sempre
E renasceremos sempre
Num eterno amor
Numa roda viva
Num moto perpétuo.

Vítimas desse espelho
De nossas almas gêmeas
E disformes.

MARCOS LOURES

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