NOSSO CASO DE AMOR
Teu nome quase sai sem sentir
Como se fosse um lapso
Um átimo, um ultimato.
Eu sei que vou te amar
Em barcas e em bocas
Em núpcias e nos partos.
Nas partidas e nas chegadas
Mesmo às cegas, mesmo vãs.
Não valem as promessas
Nem mesmo os vales
Que serão descontados no fim
Da noite.
Teu nome quase me escapa
E não posso mais.
Não mais.
Sem ter término
Sem tempo.
De terminação.
Determina ação
Determinação
De te saber
Minha ação
Meu ato
E minha esperança
Encalacrada no peito.
Eu sei que irei amar
O amor que me trouxe
A ti nesta noite fria e tão vazia.
Onde nada mais poderia
Senão o gosto que ficou
Da maçã.
Viveremos assim, ao mesmo tempo
O que somos, imaginamos e sangramos.
Nessa total diversidade una e coesa.
Reflexos de nós mesmos
Multiplicados neste espelho
Que trazemos dentro de nós.
Desgraçadamente morreremos sempre
E renasceremos sempre
Num eterno amor
Numa roda viva
Num moto perpétuo.
Vítimas desse espelho
De nossas almas gêmeas
E disformes.
MARCOS LOURES
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