sábado, 4 de agosto de 2012

NOSSO BEIJO DE AMOR

NOSSO BEIJO DE AMOR


A minha alma está cheia de tristeza.

Eu sei que partiste e não mais regressarás, fazendo com que um sino dobre em meu peito.

Numa Ave Maria eterna e sofrida.

Não mais me importa a noite e tampouco o dia, apenas passo o tempo.

Não desejo mais luz e nem a treva, apenas existo.

Resisto!

O vento que prometia certo alento não veio.

A chuva que poderia limpar as poeiras do passado se escondeu dentro das nuvens, abortada.

As águas que estão correndo dos meus olhos não bastam para apaziguar a seca do meu coração.

Seca absurda e eterna.

Sede de amor que não veio nem virá.

Ah! Quem me dera poder ter ao meu lado aquela que se foi e não mais voltou.

Mas um eco distante dentro em mim repete a todo momento que isso não tem volta.

Exponho cada verso meu e nada mais recebo, a não ser o vazio.

Triste vazio que jamais será preenchido por ninguém.

E amo, sei que amo profundamente.

Amo quem não será e jamais teria sido se não fossem os meus sonhos e o beijo.

Único beijo que, hoje, percebo ter sido dado em um momento de total inexpressividade, um acaso.

O excesso de álcool ou de lua,
Apenas isso...

Mas foi meu único, nosso único...

E repercutiu dentro de mim como um caleidoscópio.

Formando várias estrelas que morrem, a cada dia, por falta absoluta de luz.

De brilho...

Mas teu amo!

Eternamente e fielmente, como sei que jamais alguém te amará.

Eterno beijo.

Que não durou um minuto, mas eternizei dentro de mim.

Minha sombra e meu alimento.

Meu martírio e delícia.

Desejo e tormento.

Nosso beijo...

MARCOS LOURES

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