NOSSO BEIJO DE AMOR
A minha alma está cheia de tristeza.
Eu sei que partiste e não mais regressarás, fazendo com que um sino dobre em meu peito.
Numa Ave Maria eterna e sofrida.
Não mais me importa a noite e tampouco o dia, apenas passo o tempo.
Não desejo mais luz e nem a treva, apenas existo.
Resisto!
O vento que prometia certo alento não veio.
A chuva que poderia limpar as poeiras do passado se escondeu dentro das nuvens, abortada.
As águas que estão correndo dos meus olhos não bastam para apaziguar a seca do meu coração.
Seca absurda e eterna.
Sede de amor que não veio nem virá.
Ah! Quem me dera poder ter ao meu lado aquela que se foi e não mais voltou.
Mas um eco distante dentro em mim repete a todo momento que isso não tem volta.
Exponho cada verso meu e nada mais recebo, a não ser o vazio.
Triste vazio que jamais será preenchido por ninguém.
E amo, sei que amo profundamente.
Amo quem não será e jamais teria sido se não fossem os meus sonhos e o beijo.
Único beijo que, hoje, percebo ter sido dado em um momento de total inexpressividade, um acaso.
O excesso de álcool ou de lua,
Apenas isso...
Mas foi meu único, nosso único...
E repercutiu dentro de mim como um caleidoscópio.
Formando várias estrelas que morrem, a cada dia, por falta absoluta de luz.
De brilho...
Mas teu amo!
Eternamente e fielmente, como sei que jamais alguém te amará.
Eterno beijo.
Que não durou um minuto, mas eternizei dentro de mim.
Minha sombra e meu alimento.
Meu martírio e delícia.
Desejo e tormento.
Nosso beijo...
MARCOS LOURES
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