quinta-feira, 2 de agosto de 2012

TANTAS VEZES

TANTAS VEZES


Tantas vezes solidão fez companhia
Beijando, na madrugada, a boca do triste dia
Que sinto que não viria
Se não fosse essa vontade
De voar pela cidade
Em tua companhia.
Mas estás?
Existes?
Nada sou senão o resto
Do que penso que não resta
Mas no fundo, a dor empresto,
Alma empoeirada,
Na gaveta.
Fluindo como um cometa
Que volta à estaca zero.
Sei que sinto mas não quero
O sabor do novo dia.
Vivendo desesperado
Esperando amanhecer.
Alma vagando no espaço
Que sempre embaraço
E canso de tentar.
Amor amara amara
Amarras desta noite.
Madrugada sempre avisa
Que toda dor se precisa
No amor que nunca mais vem.
Perdido sem ter ninguém
Vasculho minha gaveta
E nada que me remeta
Ao sonho desse verão
Que sempre foi mais distante
Meu amor foi o bastante
Para que nada mais
A não ser os ais
Longe do cais
Nunca mais.
Nunca.
Mais....

MARCOS LOURES

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