ESCRAVIZADA
Durante muito tempo, escravizada,
Sem ter sequer direito ao pensamento,
Ao menos noutro encanto quando o invento
Pudesse ter uma alma além e alada,
Depositando a sorte numa estrada
Que deva transformar em raro alento,
O amor que na verdade busco e invento,
Na mão da sonhadora, calejada,
A moça sertaneja, o passo além,
E menos do que queira o que se tem
Expressa na verdade o quanto alçara,
Num horizonte rústico e medonho,
Buscando outro momento ainda sonho,
Apascentando em luz, rude seara.
RITA DE CASSIA TIRADENTES LOURES
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