CORTEJO
Arrasta-se
o cadáver pelas ruas,
O corpo
esfacelando, este molambo,
E ao
ver tanta plateia, eu me descambo
E mostro
as vis entranhas, carnes nuas.
Os cães
acompanhando este cortejo
Esfaimados
olhares, desejosos,
Carcaça
entre outros tantos andrajosos
Sarcástico
sorriso, em paz, eu vejo.
Pedaços
derramados pelo chão,
Epitáfios
forjados, gargalhares,
E se
de fato aos poucos reparares,
Além
do que pareça podridão,
Meus
lábios num sorriso quase estúpido,
A mansidão
no olhar, sereno e cúpido...
MARCOS
LOURES
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