JAZIGO DA ESPERANÇA
Jazigo da esperança, esta aleluia
Vendida numa igreja sem vergonha,
Por quanto este Menino decomponha,
Passando sem temor a turva cuia,
Entulhos entre escombros, vis escórias
E nelas só se vê a caricata
Faceta deste ser que já maltrata
Matando com terror, as doces glórias,
Não pude acreditar neste barbudo
Sentado neste trono perolado,
Demônio num senhor mal disfarçado
Aonde com certeza não me iludo,
Eu amo tão somente o carpinteiro
Que em liberdade fez-se este cordeiro.
MARCOS LOURES
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