Erguendo as minhas mãos, em prece eu peço
A sorte que deveras desconheço,
Se a cada novo passo, outro tropeço
Palavras com cuidado, sempre meço
E teimo em ter nas mãos a fantasia
Que tanto me maltrata e me diz bem,
E quando a noite chega e não contém
Sequer o que; talvez, se merecia
Não deixo me abalar, prossigo em frente
E mesmo na completa solidão
Envolvo em esperança o coração
Por mais que o medo e o vago ele freqüente.
Assim, da vida sou coadjuvante,
Da glória e do prazer, vivo distante...
MARCOS LOURES
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