quinta-feira, 27 de outubro de 2011

27/10

Vencendo assim receios e temores.
Já nada caberia a quem se dera
Tentando convencer a primavera
E mesmo procurando belas flores,

Aonde com certeza sei que fores
Ali meu coração traduz a espera
E sei da solidão, velha quimera
Gerando tão somente tais horrores.

Mas quando a minha sina se desvenda
E tanto quanto possa sem contenda
Vencer os descaminhos; sigo além

E tendo em minhas mãos a libertária
Palavra que se mostra solidária
A força em ilusão deveras vem.

2

Podendo, finalmente ser feliz,
Eu quero num instante a redenção
E bebo o mais sublime desde então
Deixando para trás o que não quis

Resumos de outras eras, aprendiz
Do canto que se molda em turbilhão,
Vagando desde o rude e duro chão
Traçando o quanto possa e peço em bis.

Não tendo outra saída, silencio
E bebo o mais diverso desvario
Restando muito pouco dentro em mim,

Depois do que pudera sem sentido,
O quanto inda me resta, eu não duvido
Traduz sinceramente o rude fim.

3

Deixando para trás cada segundo
Do medo mais atroz em rude escala
E sei que na verdade me avassala
A dor quando deveras eu me inundo.

O quanto poderia ser profundo
Ao menos adentrando a velha sala,
Espíritos de outrora; a vida fala
E trama este sentido em ledo mundo.

Os erros tão frequentes, juventude,
A sorte que deveras desilude
O pranto que não cessa um só momento.

E sendo de tal forma o dia a dia
Não traz o quanto pode e nem traria,
Gerando em contrassenso este tormento.

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