sexta-feira, 28 de outubro de 2011

28/10


Trazendo empolgação, tanta alegria,
Não posso mais sentir sequer o passo
De quem noutro momento se desfaço
A vida novamente refaria.

O prato se estendendo em poesia
O mundo que presume este compasso
Travando o quanto tento e nada traço
Senão a solidão em heresia.

Redundo deste infausto e nada mais,
Os dias representam tais jograis
E nada se anuncia após a queda.

O vento se perdendo noutro rumo,
E quando me percebo logo esfumo
E o passo no vazio se envereda.

2


Amor quando demais, não mais traduz
A sorte que se busca e nos transmite
O sonho muito além de algum limite
Gerando dentro da alma a forte luz.

O tanto quanto pude e faço jus
Resume o que deveras já palpite
E nisto cada fato delimite
O verso aonde o sonho em paz propus.

Já não coubera ser diversamente
O que inda se anuncia e num repente
A lua se desvenda em noite imensa.

O passo noutro prazo deslindando
O verso na incerteza nos tomando
Enquanto a fantasia nos compensa.

3

E deixa a nossa casa em plena festa
O sonho mais audaz e mais sereno
E quando nos teus braços me enveneno
Do encanto que beleza além atesta.

Repare cada instante enquanto gesta
A sorte se entranhando em sol tão pleno
E quanto se desenha um tom ameno,
A vida se incendeia em cada fresta.

O peso de um passado não me verga
E a luz noutro momento agora enxerga
Retendo cada frase em raridade,

O manto onde recobre esta beleza
Transcende e já supera uma incerteza
E bebo com delírio a claridade.

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