MÃOS CARINHOSAS
Gargalha em ironia, a amarga fera
Que em farpas entranhou cada pedaço,
Destruição e inércia, numa esfera.
Do gozo tão mordaz, estardalhaço.
Nesta rede de intrigas, tensa espera,
Apenas o sorriso de um palhaço,
Travestindo de insânia esta quimera
Que mostra em cada corte, adaga e aço.
Das pústulas que espalhas em minha alma,
Postulas vis, hipócritas senzalas.
Enquanto me torturas, nada falas,
Nem mesmo a morte próxima me acalma.
Vergastas de Satã, as minhas sinas
Nas mãos tão carinhosas e assassinas...
Loures
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