Apertando o Cerco
Apenas os meus dias repetindo
Este temível som em estribilho
E quando novo encanto, falso, eu trilho,
Reparo o quanto o mundo se fez findo,
Vazio caminhar ora deslindo
E bebo da emoção em tosco brilho,
O quanto se pudera em empecilho
Aos poucos no jamais se descaindo,
Expresso com palavras mesmo rudes,
O todo que bem sei jamais tu mudes
E moldo alguma luz e o túnel; perco,
A vida se alimenta das carcaças
E quando muito aquém do sonho passas,
A dor segue apertando sempre o cerco...
Marcos Loures
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