Estorvo
Do grande amor que sonho, mero estorvo,
Imagem se perdendo em nebulosa
Verdade que se molde e mate a rosa,
Trazendo tosco agouro, velho corvo,
Apresentando enfim a mesma farsa
Que tanto me iludira no passado,
O vento noutro rumo desolado
E a solidão aos poucos tudo esgarça,
Amenizando a queda? Nada disso,
Apresentando enganos contumazes
E sigo sem saber do quanto trazes
Enquanto alguma luz inda eu cobiço.
A falsa imagem dita o que me dás
Deixando a fantasia para trás...
Marcos Loures
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