ESPERANÇA...
A fome nos guiava sem piedade.
Nos olhos miseráveis, esperança.
Desértica injustiça, na verdade,
Mostrando este flagelo numa lança..
Sabia que jamais iria ter
O gosto da pelúcia e do vinil.
A cama de capim nos vai dizer
Que o céu doutros lugares, mais anil...
Na fome de justiça, calejados,
Nessas barracas soltas nas estradas.
Os céus que nos olhavam, estrelados,
Extremas claridades desenhadas.
E vendo neste céu belos matizes,
Na cicatriz exposta, tão felizes!
MARCOS LOURES
Nenhum comentário:
Postar um comentário