Minha Alma
Minha alma na verdade sei disforme
Na imagem que decrépita, eu transmudo,
E sei quando me inundo e não me iludo,
Embora noutro tom o sonho eu forme,
A luta se mostrando agora enorme,
O velho caminhar onde miúdo
O sonho se fizera sem, contudo,
Traçar o quanto a vida não informe,
Decerto a cicatriz ora tatua
Esta presença em vão agora nua
Marcando cada instante em tom voraz,
E sei do descaminho aonde imerso
Enquanto sem sentido algum eu verso,
A máscara co’o tempo se desfaz...
Marcos Loures
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