A mulemba secou.
No barro da rua,
Pisadas
Por toda a gente,
Ficaram as folhas
Secas, amareladas
A estalar sob os pés de quem passava.
Depois o vento as levou...
Aires de Almeida Santos – poeta angolano.
No rastro desta fera eu percebi
Um cheiro recendendo ao tal enxofre.
Colheitas de esperanças eu perdi
A tempestade veio assim de chofre.
O povo sem remédio chora e sofre,
Na bêbada emoção do nada vi
Arromba toda noite qualquer cofre.
Carcaças deste bicho eu conheci
Parecem na verdade com demônios.
Sugando o sangue todo dos campônios
Disfarçam-se em gravata e paletó.
Amigo, t’esconjuro essa canalha,
A cura só no fio da navalha,
Não deixe desta corja nem o pó.
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