Em fértil chão EDIR PINA DE BARROS e marcos loures
Se nada mais te importa, meu amado,
e nada em ti restou do que hei vivido,
o sonho esplendoroso e colorido
dos dias que passamos lado a lado;
e se a melancolia do passado,
que outrora, para nós, teve sentido,
transmutas em poesia, meu querido,
um retrato cinzento e desbotado;
O mesmo não se passa aqui comigo,
à beira d’um abismo, só, prossigo
buscando-te nas noites dentro em mim.
A mim não basta, não, melancolia,
solidão disfarçada em poesia:
sem teu amor pressinto o próprio fim!
Edir Pina de Barros
Restando muito além que imaginas
Do imenso sentimento raro e nobre,
O quanto de esperança me recobre
Eclode em mais sublimes, belas minas,
Mal sabes quantas vezes me alucinas
Bebendo do momento em que se cobre
No intento quando a luz já se redobre
Moldando outra vertente em nossas sinas,
Um dia saberás disto que eu sinto,
Vulcão que imaginaste outrora extinto
Em mais completa e mágica erupção
Transforma cada sonho em gozo e lava
Minha alma de tua alma segue escrava
Semente semeada em fértil chão...
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