NÃO CREIO NA ESPERANÇA
Não creio na esperança, há tanto morta
nem mesmo no que possa inda trazer
depois de tantos sonhos, desprazer
e a própria fantasia o tempo aborta.
Aonde se quisesse e me deporta
ousando noutro engodo a me fazer
apenas sonegando o amanhecer
mantendo assim fechada a velha porta.
Espero algum alento, embora saiba
do quanto na verdade já na caiba
Apena-me o saber que nada traça
o corte sem sentido em cicatriz
e quando esta verdade contradiz,
o tempo se esvaindo em vã fumaça.
MARCOS LOURES
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