NÃO TEMO A SORTE
Não temo a sorte, corte; quiçá trevas.
As neves,tuas preces, nem teu rogo.
Espero, espreito, oculto, sei teu jogo...
Nos rios, ritos, sinto quando nevas
Nas almas, dores, flores, tudo levas...
Teimando em glosas, queimas, cessa o fogo;
Embora tão distante, és desafogo..
Na tua mansidão a todos cevas,
Esperando, espreitando, na tocaia,
Tocas, retocas, sabes dar o bote...
N’hora certa, entoando o velho mote...
De ti, cada momento, que se espraia,
É como navegar , teu rumo, norte...
Nossa boda infalível... Velha Morte!
MARCOS LOURES
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