segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

VÃO ALENTO

VÃO ALENTO

Das pálpebras fechadas sem ter sono
Tentando disfarçar meu sofrimento,
E quanto mais desejo e mesmo tento,
Maior a sensação deste abandono,

No engano de um delírio, mero abono,
Porém mal serve ainda um vão alento
Traduzo a cada verso o esquecimento
E com o anti-distônico, ressono.

Esboço reações, mas na verdade
Só tendo a sensação que desagrade
A cada amanhecer sem ver o sol,

A morte se aproxima e nela vejo,
Bem mais do que talvez este lampejo,
Quem sabe, o derradeiro e bom farol.

RITA DE CASSIA TIRADENTES LOURES

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