DESLIZES
O tempo
que me resta urgindo traz
Em ênfase
a verdade libertária,
Pousando
no que fora luminária
E agora
se apresenta; um tosco antraz,
O corte
se presume e sei mordaz
A bela
punhalada necessária,
E a
carne já desfeita, escória e pária,
Desnudo
do que outrora foi capaz.
E quando
de mim mesmo o resto eu sugo,
Qual
fora um suicida um vil verdugo,
Arrastando
minhas velhas cicatrizes,
Um trôpego
passante por atalhos
Deixando
sempre à mostra os seus retalhos,
Heranças
de mil quedas ou deslizes...
MARCOS
LOURES
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