quarta-feira, 26 de outubro de 2011

26/10
À dança interminável que tentasse
Vestir esta emoção em liberdade
Gerando num instante o quanto invade
Tramando o mais sincero desenlace

Ainda quando a vida se moldasse
Diversa da que eu tento em claridade
O verso noutro tom diz da vontade
De um dia sem temor e sem impasse.

Trazendo a noite intensa e constelada
A sorte nesta face desenhada
Presume o quanto a vida se mantém.

O canto tão monótono se espraia
E vejo bem mais perto mar e praia
E nisto se aproxima o farto bem.

2


Os versos sedutores, rara lira,
O tempo não transforma o quanto eu quis
E gera nesta instância o céu mais gris
Enquanto cada ponto em paz retira.

A luta sem certeza se interfira
E nisto tendo o sonho em tal matiz
Versando sobre o quanto se desdiz
O afeto noutro tom, rara mentira.

Espero tão somente a luz que acalma
Verdade iluminando agora esta alma
Cansada da batalha e enfim me entrego.

O preço a se pagar já não compensa
A sorte que pudera ser imensa
Traduz o meu caminho rude e cego.

3


Esplendores fantásticos sutis,
Os olhos no horizonte dizem tanto
Embora no final enfim me espanto
E bebo o quanto possa e sei já quis.

Não tendo a sorte enquanto peço em bis
O verso se aproxima e sem quebranto
O quanto poderia neste encanto
Versando um coração bem mais feliz.

Agenciando um tempo mesmo breve
Aonde esta esperança agora ceve
E sirva como fosse um ar sublime.

O preço a se pagar, já não consome
E o tanto quanto possa traz a fome
Do amor que vejo em paz e me redime.

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