Essa que conto agora também se passou em Espera Feliz, mas sob um novo panorama e com personagens que me são bem caros.
Minha cunhada, Maria como boa evangélica que é, costuma andar com sua Bíblia a tiracolo, e isso lhe é por vezes, de extrema utilidade, como veremos a seguir.
Morávamos eu e minha esposa, Rita, num sobrado, na subida do Hospital, que para variar, como em quase todas as pequenas cidades fica situado estrategicamente, em cima de um morro.
Isso se dá pelo fato de que, nas enchentes, o Hospital deve como ultimo recurso, estar ao longe dos alagamentos que porventura ocorrerem.
No andar de baixo, moravam minha sogra, meu sogro, meu cunhado, Gilberto e minha sobrinha, Lady.
De repente, começa uma gritaria lá em cima, Gilberto ao descer, deixara a porta entreaberta e a porta do Guarda Roupas idem, e como em Espera Feliz as rajadas de vento são freqüentes, uma dessas rajadas fez com que a porta do armário se abrisse e Gilberto ao retornar ao quarto deparou com o brilho da lua refletindo no espelho entreaberto, assustando-se.
Maria, Bíblia em riste sobe rapidamente para o quarto e começa a exorcizar o dito cujo; amarrando e atando com as cordas firmes da fé o “inimigo”...
Não sei por que cargas d’água alguém, se não me engano meu sogro, resolveu subir ao ver tal gritaria e “amarramentos e t’esconjuros sendo proferidos em tal profusão”.
Ao perceber o que tinha acontecido, fechou, calmamente a porta do armário e depois a do quarto, liberando o mesmo para quem quisesse entrar.
Gilberto, meio que assustado, mas sem poder voltar atrás, sob pena de ser taxado de medroso, de súbito, se ergue e demonstrando “valentia” começa a proferir que “não estava com medo não, que tinha, junto com a sua irmã, Maria “vencido o Inimigo”!”.
Mal podendo imaginar que, a imagem “demoníaca” que vira era a sua própria, refletida no espelho clareado pela luz da lua...
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