sábado, 8 de outubro de 2011

08/10/2011

Com raios prateados bela lua
Deitando sobre nós tanta beleza
A vida se desvenda e em tal nobreza
A sorte de tal forma já cultua

E sei do quanto a deusa venha nua
Vencendo com ternura esta rudeza
Profana fantasia em realeza
Minha alma sem paragem continua.

Apesar de viver envolto em ti
Aos poucos na verdade eu percebi
O tom mais libertário desta voz,

Sementes espalhadas pelo chão
O tempo revigora cada grão
E traz a liberdade logo após.

2

Na doce melodia, os madrigais
Restando nos ouvidos de quem ama,
A sorte se desenha e sem tal drama
Expressa dias rudes, ou banais;

Estendo o meu olhar e neste cais
A velha solidão tanto reclama
De quem já não pudesse em rude chama
Saber o contornar dos vendavais.

Na farsa desmontada noutro instante
A vida sem sentido não garante
Sequer o que se quer e não veria,

Neste enlutado vértice temível
O sonho não pudera ser audível
Tampouco noutro tom esta harmonia.


3
Convidam para o belo amanhecer
Os sonhos entre sol e liberdade
A sorte que deveras nos invade
Trazendo alguma forma de prazer,

Gerando o quanto possa perceber
E nisto se anuncia a lealdade
Matando em nascedouro a claridade
Mortalha tão sublime a se tecer.

Restando muito pouco ou quase nada
Da fonte noutra sorte desejada
Queria ter nas mãos o forte fulcro,

Mas quando se aproxima hora fatal
Apenas como fosse um ritual
Enfrento tão somente o meu sepulcro.

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