sábado, 8 de outubro de 2011

TANTA SAUDADE

Seu moço, tanta saudade,
Foi feita de sofrimento.
Por um único momento,
Vasculhei realidade,
Passei por campo e cidade.
Procurei por meu amor,
Quero seu colo e calor.
Não encontrei nem indício,
Meu amor foi precipício,
Onde afoguei minha dor...

Meu tempo, disso estou certo,
Não teve nem mais valia,
Decerto que não sabia,
Não estava nem por perto...
Sei que viver é correto,
Mas de que vale sem ter,
Sem seu amor vou morrer,
Disso não tenho medo.
Seu amor foi o segredo
Mas que faço sem você?

Nas noites de solidão,
Que são as mais doloridas,
Me lembro das despedidas,
Vou pedindo seu perdão...
Me devolva o coração,
Sem ele, minha querida,
De que vale minha vida,
Nisso é melhor nem pensar,
Não tenho rumo ou lugar,
Não cicatriza a ferida...

Meus versos são bem tristonhos,
Por que ‘inda quero sonhar?
Sem você não há luar,
De que servem os meus sonhos...
Somente sonhos medonhos,
Povoam a madrugada,
Minha vida não é nada,
Sem ter você nada sou,
Minha estrada se acabou,
Cadê você, minha amada?

Nascido em terra distante,
Meu amor foi verdadeiro,
Da minha vida, o primeiro,
Que me deixou radiante.
Achei que eu era importante,
Em sua vida, meu bem.
Hoje sei que fui ninguém,
Nada fui para você,
Mas como posso viver,
A minha vida é um trem...

É tão triste a sina, agora,
A de não ter a mulher,
Que o peito da gente quer,
Por quem a gente só chora.
Saudade vem, me devora,
Engole meu coração,
Vomitando solidão,
Saudade bicha danada,
Acompanhou minha estrada,
Não quer me deixar mais não...

Procurei pelos seus braços,
Por sua boca divina,
Fiz minha alma cristalina,
E nem quis outros abraços,
De você nem vi os traços...
Perdida por outra banda,
Por onde é que você anda,
Me responde, eu lhe peço,
Senão, lhe juro, tropeço,
Nas danças dessa ciranda...

Meu amor trago meu canto,
Nas décimas que lhe faço,
Mas já perdi meu compasso.
Naufragado em seu encanto;
Restando só o meu pranto,
Não consigo meu intento,
Minha voz, perdida ao vento,
Você nunca vai ouvir,
Desde o dia que perdi,
Só conheci sofrimento...

Quem souber dessa morena,
E cujo nome é Ritinha,
Não é alta, é bem baixinha,
Tem uma boca pequena.
É calma, muito serena.
É bem fácil de encontrar,
É só olhar pro luar,
E reparar na beleza,
Assim, com toda certeza,
Fica mais fácil de achar...

Ela não anda, flutua,
A fala dela é de fada,
Por todos é adorada,
Ilumina toda a rua.
Minha vida é toda sua...
Tem os pés mais delicados,
São, por Deus, abençoados.
São provas que Deus amou,
Tudo que dela restou,
No meio dos meus guardados,


São essas fotografias,
Que mostro para vocês,
Repare bem nessa tez...
São repletas de magias,
Obra prima que Deus fez...
Moço, me diga a verdade,
Por minha felicidade,
Me responde, bem ligeiro
Se já viu, no mundo inteiro,
Me diga, por caridade,

Onde encontra essa tal moça,
Em que país ou Estado?
Coração descompassado,
Chorando, pede que ouça,
Meu lamento desgraçado
Já não chora outro chorar,
Não canso de procurar
Quero encontrar a Ritinha
Que num dia já foi minha,
E que não sei onde está...

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