FOME E MISÉRIA
Na fome que se espalha no sertão,
Nos lábios ressequidos da criança.
Em meio a tão terrível procissão
Na busca insaciável, esperança...
Naqueles que comandam, coronéis
As facas, as tocaias miseráveis.
Amarras nestas pernas são cordéis,
O gosto destas lamas intragáveis.
O resto deste pão que vai cuspido,
As moscas que te beijam, camarada...
Depois deste cenário, ser carpido,
Da fome noutra fome escancarada...
Eu vejo este destino a se cumprir,
Enquanto um miserável existir!
MARCOS LOURES
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