Transmutação
A noite se transforma e nos aflige
Enquanto nada resta do que um dia
Pudesse traduzir o que teria
E o tempo noutro instante nos exige,
O mundo sem sentido o vão erige,
E o barco soçobrando em agonia,
O cais se torna ausente, a voz sombria,
Enquanto a punição a vida inflige.
Meus sonhos lapidados no vazio,
E o quanto ainda possa eu desafio,
Desfio em versos rotos o que resta
Dos ermos de meu peito sem cuidado,
Apenas um cigarro devorado
O velho desengano volta e atesta...
Marcos Loures
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