Sem Remédio
Enquanto se procura em alfarrábios
Momentos mais diversos dos de agora,
A sólida expressão que nos devora
Arranca sem sentido, os astrolábios,
Ainda que mergulhe em velhos sábios,
A sórdida ilusão já não ancora
O tempo noutro engodo desde outrora,
Palavra se abortando nos meus lábios,
Escalo mil montanhas, mas presumo,
O tanto que se queira num resumo
Controvérsias ditando o dia a dia,
E navegando a esmo, sem destino,
Meu mundo noutro intento contamino
Já morto e sem remédio, nada havia...
Marcos Loures
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