CADA VOO
As minhas asas pedem novo voo
Depois de tanto tempo em desamparo
Não posso te dizer se não perdoo
Nem mesmo se restou amor tão caro
O resto dos escombros denuncia
A morte feita em vida não protege
Nas horas que vivia apodrecia
No fundo não passava dum herege...
Talvez a podridão seja desculpa
De quem, em vida, nunca teve alento.
O medo de sonhar foi minha culpa
Vagando em cada esgoto, assim divago,
De tudo que vivi, só sofrimento.
A morte então seria o meu afago...
MARCOS LOURES
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