PELA DOR ELEITA
Quem sabe pela dor, por certo, eleita,
A vida não prossegue em claridade.
Inspiração terrível, mas perfeita
Mostrando a face negra da verdade.
No leito; transtornada, ela se deita,
E mostra as garras frias da saudade.
Na pele em cada ruga, vai desfeita
A sorte que julgara imensidade...
Não vendo mais caminhos neste mundo,
Mergulha num segundo em mar profundo;
Ali percebe um riso mais jocoso.
Quem fora primavera já se vai,
Em cada nervo o rosto se contrai,
E paradoxalmente, vem o gozo...
MARCOS LOURES
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