sexta-feira, 20 de julho de 2012

SUJA TEZ

SUJA TEZ

Roubando desta lua cor de prata
Os brilhos em mil raios luminosos,
Depois de certos dias dolorosos,
A sorte novamente me arrebata.

Apenas neste amor, sorvendo a nata,
Esqueço de teus lábios venenosos.
Percebo em trocadilhos mais jocosos,
Que quem eu desejei agora, mata.

Jogada nos currais, em lama e barro,
Passeia o seu sorriso mais bizarro,
Vestida da mortalha em que se fez,

Luxúrias e vergonhas, desprezada,
A forma desdenhosa e profanada
Mostrando a podridão em suja tez.

MARCOS LOURES

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