As teias do não ser
Procurando uma opção e nada vejo,
A vida se repete e assim persisto,
Embora tantas vezes, pois malquisto,
Solitário farsante em tosco ensejo,
Em meio ao quanto fora mal rastejo,
Acreditando apenas revisto
Meu mundo do temor e nele insisto,
Moldado pelas garras do desejo,
Medonhas e disformes criaturas,
Navego em noites toscas, vis e escuras,
Sem ter sequer um novo amanhecer,
Além do quanto fora e aquém do sonho,
Aos poucos nada faço e decomponho,
Marcando fundo; as teias do não ser.
Marcos Loures
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