quinta-feira, 19 de julho de 2012

NEFASTAS

NEFASTAS

As horas se passando tão nefastas
Distantes de quem amo, dor profana.
Cortando minhas costas, quais vergastas,
A morte, sem segredos, não me engana.

Pousando sobre mim, nuvens de insetos,
Provindo dos cadáveres; minha alma,
Devoram em repastos velhos fetos
De uma esperança frágil. Nada acalma.

Sentidos tetanizam quem maltrata,
Em trismos dolorosos, sem ter pena.
Pavor já me invadindo, já desata
Sangria violenta que se acena.

A solidão vagueia, e me desgasto,
Sabendo que serei, o seu repasto...

MARCOS LOURES

Nenhum comentário: