quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Adeus.

Adeus.

A Deus peço perdão
Por não te perdoar.
Tantas vezes tentei
Entender os teus erros,
Tantas quantas foram possíveis
Mas, depois de tanto tempo,
As crisálidas mortas,
Acaba-se a borboleta
E somente a tristeza.
Essa, ao voar, leva a minha alma.

Mas ainda resta-me um canto,
E isso me basta.
O canto que deixaste
Num canto abandonado da casa.
No sótão.
A chuva caindo não me deixa
Outra saída senão sair.
Em busca de meu passado,
Em busca de nossos momentos
Felizes.
Mas, de nada valeram.
Apenas aumentam a certeza
De que errei.
De que erramos
E de perdemos a maior oportunidade
De sermos felizes.

Não posso te perdoar.
Foste a minha maior esperança
A minha grande aposta na vida.
A realização de tantos sonhos
Que acalentei desde menino.

Não posso te perdoar,
Ah! Isso não!
Podes me pedir o que quiseres,
Menos o perdão.

As nossas noites inesquecíveis
Na nossa cama, no nosso quarto,
As estrelas invadiam tudo
E me deixavas mudo
De tanta emoção e prazer.

Os nossos dias, maravilhosos,
Em que estávamos, sem saber,
Uniformizando a alma.
Pelo menos eu cria nisso.
Mas passou...

As vezes que saímos para jantar
Luz de velas e tudo o que tínhamos direito.
Direito...
É, realmente, tudo mudou.
As estrelas continuam,
Os céus continuam,
E acho que só isso.

Ah! Não! Espere.
Eu também continuo
Te amando...

MARCOS LOURES

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