segunda-feira, 1 de abril de 2013

FLORES DE PLÁSTICO

FLORES DE PLÁSTICO


Das flores que hoje sei serem de plástico
Eterna imagem morta sem perfume,
Até que meu olhar já se acostume
O quanto deste nada se fez drástico.

O amor que no passado foi bombástico
Agora se traduz em sexo e o lume
Da estrela se perdendo em teu ciúme, 
Do cume este abissal caminho espástico.

Sedenta do que fora primavera, 
Aguardo uma florada que não vem,
A noite nos motéis, na longa espera,

A fúria sensual sem ter por que,
E quando num espelho busco alguém
Imagem distorcida é o que se vê...

MARCOS LOURES

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