AUTORRETRATO
Completamente bêbado de luz,
Fazendo da esperança o meu Calvário
Imagem que este espelho reproduz,
O rosto, velho, triste e temerário...
Ninguém pode conter o calendário,
A mocidade ainda me seduz,
O mesmo sentimento de um otário
Que faz da fantasia sua cruz.
Remendos me servindo de colchão,
Pedaços amputados pelo tempo.
Sem juba e desdentado, este leão
Ainda pensa ter algum poder...
Rugindo sem parar é passatempo
Pra quem inda tem tempo pra perder...
MARCOS LOURES
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