E NADA MAIS
Sou a sombra de um homem, nada mais,
Esboço do que um dia foi sincero
E quando algum momento; ainda espero,
Os dias revivendo os vendavais
Sou a sombra de um homem, nada mais,
Esboço do que um dia foi sincero
E quando algum momento; ainda espero,
Os dias revivendo os vendavais
E deles ouço sempre este jamais
O peso do viver deveras fero
Enquanto no vazio eu me tempero
Secando dentro em mim mananciais
Assisto a que pudesse ser colheita
Na agreste condição nada se espreita
Somente a seca imensa, esta aridez,
O quanto poderia no passado,
O mundo noutra cena, desolado
Aonde poderia, enfim, desfez...
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